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Boletim Materiais de Construção nº 419
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A escassez de mão-de-obra
Nos últimos anos, seja pelo efeito da demografia, seja pela emigração de jovens mais qualificados e ambiciosos, seja ainda pela pouca atratividade relativa do nosso sector, as empresas têm vindo a enfrentar cada vez maiores dificuldades no recrutamento de recursos humanos qualificados para substituir os que se vão aposentando ou para apoiar o crescimento dos seus negócios.
Ao mesmo tempo, quer as motivações, quer o “estilo de vida” ambicionado pelas novas gerações são radicalmente diferentes. A procura de estabilidade e segurança, uma profissão e uma carreira, um emprego para a vida, são coisas do passado.
A crescente dificuldade em recrutar, manter e qualificar os recursos humanos é reconhecidamente uma ameaça para o futuro das empresas do comércio de materiais de construção.
Temos que reconhecer que, a este nível, as empresas estão perante desafios que há bem poucos anos eram impensáveis e que se vieram juntar aos já conhecidos que, entretanto, se tornaram ainda mais agudos, como são a escassez, a qualificação, a atratividade do setor e a remuneração.
É um facto que as empresas e os setores estão numa acesa competição pelos recursos humanos, mas, mesmo que bastasse o dinheiro para resolver o problema, a verdade é que todos sabemos que, no curto prazo, para além da escala, estamos limitados pelo nível de preços, pelas margens comerciais e pela eficiência dos processos (os internos e os dos nossos parceiros).
Provavelmente não há uma solução ou um caminho únicos e, de alguma forma, tranquiliza-nos a evidência de que o problema é geral!
Mesmo assim e apesar da diversidade e complexidade das questões com que as empresas terão de lidar, há duas notas que gostaríamos de deixar.
Uma delas é o facto de que, face os nossos concorrentes diretos ou próximos, em igualdade das restantes circunstâncias, a vantagem será daqueles que tiverem consigo “os melhores” colaboradores.
A outra, é que sendo as pessoas um elemento de diferenciação cada vez mais importante, se não conseguirmos vencer nesse campeonato podemos ter que pensar em modelos alternativos de negócio, não diretamente comparáveis, em que o papel e intervenção das pessoas seja mais estritamente reduzido.