Boletim Materiais de Construção nº 418 |
Voltar a refletir sobre o “Modelo de Negócio”
As mudanças incessantes no comportamento dos diversos segmentos do mercado e na sua dimensão relativa, os impactos das novas soluções tecnológicas, a dificuldade em recrutar e reter recursos humanos qualificados, os custos crescentes, a concorrência feita através de outros canais e os novos competidores, dentro e fora da cadeia tradicional de distribuição, constituem um desafio permanente.
Por isso, é absolutamente necessário reavaliar permanentemente a forma e os processos através dos quais as empresas geram e entregam valor para os seus clientes e são capazes de o reter para si próprias e para os seus acionistas.
Tudo no mercado é hoje muito rápido e precário. Manter o equilíbrio entre o que deve ser mais permanente e o que pode ou deve ser ajustável, garantindo flexibilidade nas organizações, mas evitando criar insegurança nos colaboradores e na relação com fornecedores e clientes, é uma arte! A estabilidade e a confiança são bens inestimáveis e que valorizam e diferenciam as empresas independentes.
Adaptar o negócio, a forma de o fazer, é inovar. E não interessa se estamos a copiar algo de outros, dentro ou fora do setor. Ninguém está à espera de inventar a roda! Para cada um, é sempre mudar ou acrescentar algo, o que cria ansiedade internamente, mas que terá que ser reconhecido pelos clientes de forma positiva para que a inovação seja produtiva.
Para além do desafio que é mudar, por pouco que seja, a complexidade dos tempos que vivemos é a diversidade ou a multiplicação dos segmentos da clientela, cada um com características e expectativas próprias, que, naturalmente, serão melhor servidos através de serviços e “canais” distintos. Ter tudo (showroom, desenho de ambientes, livre-serviço, armazém, orçamentação, transporte, loja eletrónica, aluguer de ferramentas, equipa técnico-comercial, serviços de instalação, etc.) e geri-lo de forma consistente, implica, não só recursos imensos e uma capacidade para os usar de forma eficiente, mas ter estratégias muito claras de diferenciação de preço.
Entre o ter uma única oferta (que é cada vez mais difícil) e o querer abranger tudo, vai uma enorme distância e é dentro dessa realidade que as empresas têm que fazer as suas opções.