Boletim Materiais de Construção nº 391

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Algumas nuvens no horizonte…

Há poucos dias apresentámos em seminário, por videoconferência, as nossas previsões mais recentes sobre a evolução da atividade da construção e do comércio de materiais de construção para o período de 2022 a 2024.

Nestas previsões de “Inverno” revimos em alta significativa as previsões que havíamos apresentado em julho de 2021, integrando já os efeitos positivos dos investimentos inscritos no PRR.

Sem contar com o efeito dos preços, as estimativas para o conjunto da atividade da construção são de crescimentos de 3,4%, 3,6% e 3,5%, em 2022, 2023 e 2024, respetivamente. Considerando o nível de atividade atual, o grau de utilização da capacidade das empresas de construção e porque estamos a falar de crescimentos reais, estes números, mais do que encorajadores, são mesmo excecionais e desafiantes.

As previsões são tão otimistas que os participantes questionaram o Prof. Manuel Nogueira, responsável por este trabalho, acerca dos efeitos que sobre elas poderiam vir a ter os sucessivos aumentos dos preços da energia e das matérias primas a que temos vindo a assistir e mesmo os efeitos de um possível conflito militar no leste da Europa. O Prof. Manuel Nogueira esclareceu que, se por um lado as consequências de uma guerra são imprevisíveis (e não integráveis em qualquer modelo econométrico), já a questão dos preços pode ser testada e, dentro de parâmetros razoáveis, constatou-se que a sensibilidade é relativamente reduzida.

Infelizmente a guerra começou e, antes de acabar, é claramente cedo para avaliar os impactos e a sua extensão. A única coisa que já podemos dar como certa é um novo impulso na inflação e, eventualmente, nos juros.

Como dissemos antes, o modelo diz-nos que, no curto prazo, os aumentos de preços, se mantidos em dimensão controlável, não irão afetar muito o desenvolvimento da atividade da construção. Outra coisa será, em caso de conflito militar mais demorado, o agravamento da situação nas cadeias de abastecimento, que já se encontram seriamente perturbadas.

Em todo o caso, deveremos estar atentos aos efeitos da inflação e dos juros no mercado imobiliário e no crédito, nomeadamente ao nível das intenções de investimento e, naturalmente, dos recebimentos.

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