Estratégias e soluções para enfrentar a pobreza energética e a ineficiência térmica em Portugal
Portugal é um dos países mais frios da Europa. Não no clima (sendo até um dos mais quentes), mas na sensação e conforto térmico que se vive dentro dos edifícios, sejam eles residenciais, empresariais ou públicos. Na generalidade, dizem os estudos, consoante as estações, passa-se frio ou sente-se muito calor. E quando os edifícios estão equipados com sistemas de aquecimento/arrefecimento, gastam-se muitos recursos económicos para os pôr a funcionar, acentuando a ineficiência energética e económica das famílias, das empresas e das instituições.
Além do desconforto térmico e da falta de eficiência energética e económica, o frio e a humidade agudizam as doenças crónicas, respiratórias e cardiovasculares e justificam o aumento de mortalidade no inverno, podendo mesmo dizer-se que, em Portugal, morre-se de frio. De acordo com um estudo do ISEG para a EDP, 75% do edificado nacional não tem condições de isolamento térmico, recorrendo-se, quando existem condições económicas, com maior intensidade a dispositivos de aquecimento e arrefecimento.
Mas a questão do conforto térmico e da pobreza energética não se coloca apenas do ponto de vista da qualidade e das regras de construção dos edifícios. O estudo prévio das melhores soluções, o desenho em projeto, a infraestruturação em obra e correta e adequada utilização de sistemas de climatização comprovadamente eficientes e bem implementados com produtos de excelente qualidade e durabilidade, por técnicos certificados, é fundamental e decisivo para que este problema seja debelado e Portugal se assuma como um País mais equilibrado termicamente e com mais conforto e qualidade de vida.
A climatização dos edifícios, residenciais, empresariais ou públicos, para ser verdadeiramente eficiente, deve ser vista pelas entidades responsáveis e legisladoras, pelas indústrias da construção e da fabricação e comercialização de soluções inovadoras de climatização, pelos arquitetos e engenheiros, pelos profissionais da construção e da instalação e por todos os que, em algum momento, compartilham responsabilidades e tarefas nesta área, como um desígnio nacional.
E quando se diz eficiente, diz-se também esteticamente adequado, se possível integrado na estrutura do edifício – seja construção ou reabilitação – e até mesmo invisível, com materiais de qualidade e gerador de conforto, sendo também capaz de alcançar a melhor relação custo-benefício, na implementação e no uso futuro.