Obras, Materiais e Equipamentos para a Construção nº 153

Obras, Materiais e Equipamentos para a Construção nº 153

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jose de matosEstimular a procura sem cuidar das condições para fazer aumentar a oferta é arriscado.

A escassez de oferta de casas como causa principal das dificuldades no acesso à habitação tem recolhido um consenso alargado entre os analistas e os principais atores deste mercado, que têm enfatizado a necessidade de aumentar substancialmente a construção.

Mas, para ser rentável e interessante construir habitações que tenham um preço compatível com a capacidade financeira dos cidadãos e das famílias, é prioritário atuar para reduzir os custos (da construção, da fiscalidade, do financiamento, etc.) que, desde 2020, contabilizando apenas materiais e mão-de-obra, já subiram quase 30%!

A nossa opinião, reiteradamente expressa, é que, embora importante, a via da construção nova, não pode ser uma fixação e, eventualmente, uma distração face a outras opções e alternativas, potencialmente mais rápidas e eficazes para responder a um problema que é uma urgência social. Referimo-nos, em particular, à dinamização do mercado do arrendamento, que teria o potencial de acrescentar muitas dezenas de milhares de alojamentos que já existem e que só precisariam, na sua maioria, de pequenas intervenções.

Com efeito, sabemos que por melhores que sejam as medidas que conduzam a um aumento da construção de habitações destinadas às classes médias, o que nas condições atuais de escassez de mão-de-obra obrigaria a desviar os recursos de outros segmentos, esse processo irá demorar sempre uma boa meia dúzia de anos.

Até lá e se não conseguirmos dar uma resposta adequada através do mercado do arrendamento, arriscamo-nos a que os apoios aos compradores, nomeadamente aos jovens, acabem por ter sobretudo impacto na subida, ainda maior, dos preços da habitação.

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