Obras, Materiais e Equipamentos para a Construção nº 142

jose de matosA inflação e a subida das taxas de juro fizeram surgir alguns receios com o futuro da construção, em especial no setor imobiliário.

É curioso verificar que das múltiplas notícias e comentários nenhum teve origem no setor e nos seus profissionais, que, diga-se em abono da verdade, não manifestaram até à data qualquer sinal de crise. Há problemas com preços e orçamentos, há dificuldades no cumprimento dos prazos de entrega, mas não faltam obras e trabalho.

A grande ameaça seria o estouro da “bolha imobiliária” que, efetivamente, não existe. É uma evidência que os preços do imobiliário subiram muito, mas isso beneficiou as famílias, que em Portugal são maioritariamente proprietárias dos imóveis que habitam e que adquiriram há mais de uma década, que assim ficaram mais ricas. E quanto às recentes aquisições de habitação a crédito é importante sublinhar que os bancos se seguraram em regras prudenciais que previnem a sua exposição ao incumprimento, nomeadamente financiando apenas até 70% do valor de aquisição.

É verdade que se notou, nos últimos meses, o adiamento de muitos investimentos ainda na fase de projeto e até do arranque de algumas obras, num compasso de espera que se compreende face à incerteza gerada pela guerra, não só nos custos de construção, mas também nas projeções sobre os comportamentos da procura a médio prazo. Mas, até agora, este compasso de espera é parcial e não compromete de nenhuma forma a carteira de encomendas dirigida ao setor. Diríamos até que não é negativo em absoluto que se retire alguma pressão, que tem sido excessiva, face à escassez de mão-de-obra com que nos temos defrontado.

Com efeito, verificamos que a oferta de imóveis ainda é deficitária e os preços continuam a subir de forma sustentada e acima dos custos de construção. Persiste, inclusive, um problema de habitação por resolver, que constitui um desafio e uma oportunidade para o setor. Isto para não falar do que é preciso reabilitar, particularmente em termos de melhorar a eficiência energética dos edifícios.

Obras, Materiais e Equipamentos para a Construção nº 142

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