Obras, Materiais e Equipamentos para a Construção nº 151 |
A recente mudança de governo poderá, de acordo com o respetivo programa, induzir, dentro de pouco tempo, alterações significativas, sobretudo no mercado imobiliário e no financiamento da construção e reabilitação de habitação.
Estão criadas expetativas para uma maior liberalização do mercado do arrendamento, com contrapartida de maiores apoios sociais, de forma a fazer crescer a oferta e diminuir, por essa via e pela do reforço das garantias dos proprietários, os valores das rendas.
Por outro lado, a redução do IVA nos serviços de construção e reabilitação de edifícios de habitação, de 23% para 6%, terá certamente impacto nos custos, tanto mais que a mão de obra é cada vez mais subcontratada através da prestação de serviços. Em conjunto com novas formas de financiamento que estão pensadas e com as outras reduções fiscais e garantias para os jovens, poderemos vir a ter uma nova oportunidade para a promoção de habitação para a classe média e média baixa, que tem estado praticamente ausente desde a crise.
Os sinais são animadores, mas a verdade é que a capacidade do setor está quase totalmente utilizada e, por isso, os estímulos não terão grande efeito se a fileira da construção no seu todo e as políticas públicas não enfrentarem simultaneamente o desafio de atrair mão-de-obra qualificada e de implementar metodologias e processos construtivos mais eficientes.
Aumentar a produtividade do setor da construção deverá ser um objetivo prioritário para corresponder de forma consistente e duradoura, quer em volume, quer em tempo e em preço, às necessidades que estão identificadas e são socialmente urgentes.