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Boletim Materiais de Construção nº 417 |
A transição verde e os negócios
A sustentabilidade está omnipresente, seja nas notícias, no clima, na politica, nas leis e regulamentos, nos incentivos, nos financiamentos, na avaliação e nos relatórios das empresas e até mesmo nos conflitos.
Da questão dos resíduos das embalagens às etiquetas dos produtos e agora, mais recentemente, com o “papão” dos critérios ESG (Environmental, Social and Governance), as empresas têm vindo a confrontar-se com cada vez mais obrigações e problemas, que para muitos têm algo de artificial ou menos compreensível, mas que se traduzem fundamentalmente em obstáculos e custos (e multas).
O tema é vasto e não pretendemos aqui abordar todos os ângulos, nem sequer discutir a necessidade, o mérito e a urgência. Tão só, procuraremos sinalizar o que de mais importante ele pode relevar para os negócios dos nossos associados, os distribuidores de materiais de construção.
Selecionámos três tópicos.
– A substituição das energias fósseis por energias renováveis trouxe (e trará) novas oportunidades, como são exemplo os painéis solares, mas a tendência para a eletrificação está já a causar uma redução expressiva das caldeiras a gás e das respetivas instalações.
– O novo paradigma dos edifícios neutros em carbono (e já está aí uma nova Diretiva sobre a eficiência energética dos edifícios), combinado com a diferenciação nas taxas de juro do financiamento bancário, vão conduzir a uma maior procura de produtos e soluções com “pegada” mais reduzida, o que poderá vir a beneficiar/prejudicar algumas gamas.
– A sustentabilidade também é uma “moda” e isso influencia as escolhas dos consumidores, que optarão cada vez mais por comprar produtos com melhor classificação ambiental, tal como já acontece com a etiqueta energética e, naturalmente, darão preferência às lojas e aos produtos que lhes proporcionarem essa evidência.
Obviamente, o preço, a disponibilidade, a conveniência, o crédito e o serviço continuarão a desempenhar um papel essencial para o sucesso das empresas e as novas tendências ou mudanças têm sempre que ser integradas num modelo de negócio que está em constante evolução.