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Obras, Materiais e Equipamentos para a Construção nº 161 Descarregar versão PDF || Versão Completa
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Apesar do número de licenças do construção e reabilitação estar a diminuir nos últimos meses desde o Verão, o que até é natural face ao enorme aumento que se tinha registado nos doze meses anteriores, em particular nos fogos em construção nova de habitação (mais 30% face ao ano anterior), parece evidente que o volume de obras promovidas prossegue num ritmo que é muito maior do que o da construção propriamente dita.
Diríamos mesmo, face à experiência destes últimos dois a três anos, que, no caso específico da habitação, aquilo que foi licenciado no último ano é quase o dobro do que o setor da construção tem vindo a produzir anualmente…
E não será possível, no atual modelo tecnológico e construtivo, fazer muito mais. É um facto que, não obstante o crescimento acelerado das remunerações pagas no setor (8% a 10%, ao ano), o emprego só tem aumentado entre 2,5% a 4%. Este “gargalo”, funciona como limite ao crescimento da construção e, em particular, da oferta de habitação nova.
Mas nem tudo é negativo. Esta realidade protege-nos de um eventual efeito “bolha” que poderia advir de um crescimento descontrolado de uma oferta a preços especulativos. Ao mesmo tempo, porque os promotores têm consciência dos limites da procura e dos preços de venda, estão naturalmente a refrear o lançamento de novos projetos, perante as subidas recentes dos preços dos terrenos e o descontrolo dos custos de construção, impulsionados pela regulamentação ambiental, pelas taxas camarárias e pelos já referidos custos dos serviços de mão-de-obra.
Face à procura crescente de outros segmentos da construção, seja da não-habitacional, seja da obra pública, não deverá faltar trabalho nos próximos anos, mas a pressão sobra a mão-de-obra continuará a fazer aumentar os custos e a dirigir os recursos para as obras que forem mais lucrativas.
