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Obras, Materiais e Equipamentos para a Construção nº 158 |
Com os custos da construção a aumentar todos os meses, parece cada vez mais difícil prever a rentabilidade dos projetos e até a sua própria viabilidade.
Na verdade, com exceção dos segmentos de luxo ou daqueles que são menos sensíveis ao preço, o aumento do custo, seja com origem na mão-de-obra, nas novas exigências regulamentares, nos materiais ou no valor dos terrenos, está a tornar-se um problema maior.
No caso particular dos terrenos, para habitação ou para comércio, o respetivo valor está normalmente indexado ao preço de mercado dos edifícios que neles serão construídos. Ora, devido à valorização expressiva que o imobiliário teve nos últimos anos, também os preços que os proprietários estão a exigir pelos respetivos terrenos têm vindo a subir na mesma proporção, fazendo aumentar muitíssimo a base de custo em que os promotores baseiam os seus cálculos.
Se considerarmos que o processo de compra do terreno, a elaboração e aprovação do projeto, o arranque da obra, a sua execução e a respetiva comercialização demoram entre quatro a oito anos, então um promotor só irá arriscar num novo projeto se acreditar que conseguirá vender o imóvel nesse horizonte temporal por um preço que compense todos estes aumentos, isto é, que o ritmo de valorização do imobiliário se manterá nos próximos anos, o que é mais do que duvidoso.
Neste contexto e face às ameaças ao crescimento económico e ao acesso ao crédito, a sustentação da atividade da construção para além de 2026 terá que passar em certa medida pela racionalização e melhoria da eficiência dos processos, que permita obviar a escassez de profissionais qualificados e contrariar a tendência de aumento sistemático dos custos de construção.
Em concreto, é preciso caminhar rapidamente para a estandardização das soluções construtivas, logo desde o projeto, permitindo o avanço das metodologias de preparação da obra off-site, poupando tempo, reduzindo o desperdício e melhorando a qualidade.
