Obras, Materiais e Equipamentos para a Construção nº 154 |
O tema da sustentabilidade na construção já tem alguns anos e, de alguma forma, pode até parecer “gasto”, mas a verdade é que tem evoluído bastante e começa a assumir facetas cada vez mais interessantes para o setor.
Longe vai o tempo em que nasceu o primeiro regulamento que versava sobre o isolamento térmico e, embora com sucessivos desenvolvimentos, o tema da eficiência energética dos edifícios também já não é novidade para ninguém. A verdade é que, embora talvez não tanto como seria desejável, a utilização dos sistemas passivos na construção de edifícios e o recurso a energias renováveis tornaram-se frequentes ou mesmo banais.
A última “moda”, contudo, a da descarbonização da construção, está a fazer subir a fasquia a níveis inusitados, muito por força de regulamentos exógenos ao próprio setor. Já hoje, o acesso ao financiamento dos projetos de construção, mas também o das empresas de outros setores de atividade está cada vez mais dependente do cumprimento de critérios de sustentabilidade, que cobrem todos os aspetos da respetiva atividade, desde as instalações ao processo produtivo, às matérias primas, à energia e aos produtos adquiridos e se estendem aos seus fornecedores de produtos e serviços.
A certificação ESG, obrigatoriamente aplicada às grandes empresas, vai pela natureza das cadeias de valor alastrar a toda a economia, de tal forma que, por exemplo, qualquer pequena empresa que queira fornecer produtos ou serviços a uma outra de grande dimensão, ou a quem tenha esta como cliente, vai ter que demonstrar o cumprimento dos critérios ESG e isso vai incluir a avaliação da sustentabilidade das suas próprias instalações.
Consequência? Como está em causa o acesso ao mercado, a procura por soluções para construir edifícios mais sustentáveis ou para melhorar a performance dos existentes vai subir exponencialmente, em particular nas áreas da indústria e da logística.
É mais uma oportunidade.