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Boletim Materiais de Construção nº 420 |
Há dinheiro!
Este mês de julho foi pródigo em boas notícias para os “bolsos” dos portugueses.
A começar já a seguir ao verão e a prolongar-se pelo ano seguinte, vamos ter reduções no IRS, no IVA da eletricidade e nas portagens das ex-SCUT do interior, para não falar dos aumentos generosos dos vencimentos de grandes grupos de funcionários públicos. E ainda vamos ter para os jovens a redução dos impostos na aquisição de habitação, a garantia pública para parte do empréstimo bancário e um regime especial de IRS. E, porventura, podemos até vir a ter alguma redução no IRC e nas tributações autónomas.
É claro que aumentar despesa e diminuir receita num “estado falido”, sem que haja um crescimento simultâneo da riqueza, não augura nada de bom para o futuro. E, francamente, sem reformas que aumentem a eficiência dos serviços públicos e que alavanquem o investimento empresarial, de forma a alterar o atual paradigma de baixa produtividade que caracteriza a nossa economia, não iremos muito para além de 2026 sem que sejamos obrigados a regredir…
Para já, enquanto permanece o impasse no plano político, não parece haver condições para outra coisa que não seja procurar ganhar os favores do eleitorado.
Sobre o que antecede nada podemos fazer. O que mais interessa agora é avaliar o impacto que este aumento do poder de compra das famílias poderá ter no nosso mercado específico, sobretudo num contexto em que as taxas de juro deverão continuar a baixar.
Em geral, o aumento dos rendimentos das famílias deverá ser canalizado para o consumo. Quais serão as prioridades/necessidades das famílias neste momento? Como podemos cativá-las e concorrer com o automóvel, as viagens, os restaurantes, os telemóveis, etc.?
A atividade da construção, em geral, deverá beneficiar, apesar da expansão da oferta permanecer limitada pela capacidade das empresas e pela escassez da mão-de-obra. Provavelmente, os preços manterão a tendência de subida de forma a ajustar o crescimento limitado da oferta a uma maior capacidade financeira.
Mas há outras opções. A renovação das habitações e o investimento na eficiência energética podem ser alternativas interessantes, desde que os comerciantes consigam gerar as propostas e as condições de conveniência indispensáveis para atrair os consumidores.
Esta é uma oportunidade para dinamizar o mercado dos particulares que não deve ser desperdiçada.