Obras, Materiais e Equipamentos para a Construção nº 157

Obras, Materiais e Equipamentos para a Construção nº 157

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jose de matos

Os últimos dados do INE sobre o licenciamento de obras, mais os que têm vindo a ser divulgados pelas empresas especializadas na informação sobre investimentos e projetos mobiliários, apontam para um volume de trabalhos projetado para os próximos três a quatro anos que excede em cerca de 30% o que tem vindo a ser executado num período mais recente.

O desafio é enorme e não parece, atenta a escassez de mão-de-obra, realizável.

Mas vale a pena analisar com detalhe a natureza dos empreendimentos em causa, excluindo obviamente as obras de infraestruturas que são um outro problema, porque, em boa verdade, poderemos mesmo concluir que esta falta de capacidade do setor da construção até pode ser benéfica.

Hotéis, só em Lisboa e Porto, estão previstos 204 novos empreendimentos e, no caso de escritórios há mais de 300.000 m2 em pipeline. O forte crescimento do turismo e a recuperação da procura de espaço para escritórios no pós-COVID criou a perspetiva de ganhos significativos nestes segmentos e parece que todos os investidores e promotores, ao mesmo tempo, qual corrida ao ouro, decidiram fazer a mesma coisa.

Dificilmente haverá mercado para tudo…

O mesmo se passa na habitação, setor em que o licenciamento no último trimestre de 2024 atingiu quase 10.000 fogos, mas a maioria de gama média-alta. Sabemos que é este o segmento mais lucrativo, mas provavelmente seria difícil arranjar clientes para tanta habitação deste tipo, se fosse tudo construído rapidamente, quando o que falta, sobretudo, são habitações de preços mais acessíveis.

A boa notícia, é que o crescimento mais lento terá, apesar do nervosismo dos promotores, a vantagem de evitar a criação de “bolhas” perigosas nestas áreas. A má, é que a pressão para o aumento dos preços será mais elevada e isso prejudicará de forma acrescida a viabilidade dos investimentos em casas mais acessíveis.

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