Obras, Materiais e Equipamentos para a Construção nº 149
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Apesar da descida significativa dos preços dos materiais de construção que ocorreu ao longo deste ano, os custos da construção continuam a aumentar, ainda que de forma mais moderada, devido à escalada dos custos com a mão-de-obra.
Este fenómeno já vem de trás, mas atingiu proporções maiores nos últimos três anos e promete continuar. A escassez de recursos humanos no setor da construção, sobretudo com as necessárias qualificações, em conjunto com a atomização das empresas de construção, de instalação e de aplicação de produtos e sistemas, tem contribuído para um “clima” de alguma instabilidade e até de maior informalidade, que prejudica o planeamento e a execução das obras, a previsibilidade dos prazos e dos custos e que, no final, as torna mais onerosas.
Não há nenhuma receita mágica para o problema, mas há, pelo menos, algumas lições a tirar e domínios em que será necessário atuar, quer os agentes privados, quer os poderes públicos, se não quisermos ser confrontados a curto prazo com obstáculos ainda maiores.
Desde logo, teremos que apostar nas soluções industriais e mais apoiadas em tecnologia e equipamentos. Ao mesmo tempo, devemos trabalhar na qualificação dos profissionais do setor, em especial na sua adequação às novas metodologias de construção. Por fim, mas como primeiríssima das prioridades, temos que melhorar a atratividade do setor e valorizar as profissões com ele relacionadas, quer no domínio da promoção social e de imagem, quer das condições em que as mesmas são exercidas, seja ao nível da penosidade, seja da segurança.
Obras, Materiais e Equipamentos para a Construção nº 149 |