A atividade da construção, não obstante não ter sido obrigada a parar, sofreu alguns impactos negativos com a pandemia, mas que não puseram em causa, felizmente, a dinâmica que o mercado continua a registar.
De uma forma mais ou menos esperada, devido às perturbações ocorridas na produção e na logística mundiais, assistimos também a um escalar de preços dos materiais de construção ao longo do primeiro semestre deste ano, que, todavia, no caso dos metais exorbitou e chegou mesmo a rondar os 70%. Anunciado como um fenómeno temporário, os preços das matérias-primas e dos trânsitos internacionais de mercadorias começaram a dar sinais de recuo nos últimos dois meses, até ao surgimento da atual crise energética.
É este recente cenário que nos deve preocupar, não só porque adiciona uma nova parcela à subida de preços dos materiais e aumenta os custos dos trabalhos de construção, como ainda ameaça prolongar no tempo esta situação e agravar os fenómenos de quebras nos fornecimentos.
Os “bolsos” dos cidadãos e das empresas têm fundo e o aumento muito significativo e duradouro dos custos da construção, que acresce à tendência imparável de subida do custo de mão-de-obra, poderá ameaçar a rentabilidade dos empreendimentos e a saúde financeira das empresas de construção.
Se entretanto a situação não estabilizar, as paragens de obras ou o simples adiamento no arranque de projetos poderão multiplicar-se, resultando num abrandamento significativo da procura dirigida ao setor já no próximo ano.
Os próprios investimentos do PRR poderão ser prejudicados…
![]() |
Obras, Materiais e Equipamentos para a Construção nº 136
|