Boletim Materiais de Construção nº 430

Boletim Materiais de Construção nº 430


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As margens, sempre as margens

As vendas estão a aumentar e as margens estão a diminuir.

Já tínhamos prevenido há alguns meses sobre o aumento previsível da pressão sobre as margens da distribuição dos materiais de construção e sobre a necessidade de evitar os erros e as armadilhas mais comuns num contexto de crescimento das vendas.

E, apesar de todos estarmos prevenidos, aconteceu.

Isso é mau para as empresas e não ajuda os clientes. Basta olhar para a evolução dos custos da construção ao longo do último ano e meio para constatar que os preços dos materiais de construção em nada contribuíram, antes pelo contrário, para o agravamento da situação. Isto para não falar que os preços do imobiliário têm continuado a aumentar ainda muito mais que os custos da construção. Resta saber por quanto tempo. O céu não é o limite e todos os segmentos da procura têm um teto máximo, embora variável, em função dos rendimentos, dos juros e das alternativas…

Margens insuficientes para garantir o retorno dos investimentos e garantir a cobertura dos riscos refletem-se, naturalmente, nos serviços que se oferecem ao mercado, incluindo a disponibilidade do produto e o crédito. Sabemos que a partir de um dado momento o “valor” dos serviços ausentes é sempre maior que a vantagem no preço.

Mas é uma “pescadinha de rabo na boca”. Sem serviço, num mercado altamente competitivo, torna-se difícil segurar clientes, a não ser baixando ainda mais o preço e entrando numa espiral destrutiva.

É claro que nem tudo é a “preto e branco”. A realidade é mais complexa e existem mais fatores e argumentos do que aqueles que conseguimos identificar.

Em todo o caso, para além de todas as estratégias possíveis e que os comerciantes conhecem como ninguém, desde o comprar melhor ao focar-se nos produtos e clientes mais rentáveis, há uma necessidade urgente de reduzir os custos operacionais, melhorando a eficiência na utilização dos recursos.

Trata-se de gestão. E mesmo que envolva algum investimento estamos, fundamentalmente, a falar de softskils, isto é, de organização, de formação, de competências e de metodologias de gestão que, não sendo completamente gratuitas de implementar, são incomparavelmente mais acessíveis do ponto de vista financeiro do que novos armazéns, equipamentos ou sistemas informáticos.

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