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Boletim Materiais de Construção nº 426
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Cuidado com as margens! Outra vez.
Como dissemos no início do ano, 2025 tem tudo para correr francamente melhor que 2024, mas…
Sem querer lançar “nuvens negras” sobre um futuro próximo que se anuncia risonho, temos, todavia, o dever de chamar a atenção para alguns fatores e condicionantes ao desenvolvimento da atividade das empresas que podem, se não forem devidamente equacionados e a tempo, prejudicar a obtenção de uma rentabilidade adequada.
É verdade que os preços dos materiais de construção deverão experimentar alguns aumentos ao longo do ano, o que é sempre favorável. A sensibilidade dos preços dos materiais, maior ou menor, quer aos custos da energia, quer aos custos de transporte, ambos a subir, fazem acreditar nesse cenário.
Mas, nos últimos dois anos, o mercado habituou-se a uma tendência de baixa e pode haver resistências às subidas por parte dos clientes, para além de contratos anteriores já celebrados com fixação de preços e, ainda, situações de alguns fabricantes com stocks em excesso. Podemos ainda equacionar a pressão da concorrência de produtos de fora da Europa que beneficiam de preços mais baixos da energia.
Convém ainda recordar que a inflação, mesmo que controlada, deverá manter-se bem acima dos 2%, com uma incidência ainda superior nos preços dos serviços às empresas e, muito especialmente, nos custos salariais, que além do mais continuarão pressionados pela escassez generalizada de mão-de-obra qualificada. Manter as margens líquidas obrigará sempre, por isso, a aumentar as margens brutas ou, em alternativa, vender mais com os mesmos recursos e/ou melhorar processos internos de forma a obter ganhos de eficiência.
E, não esquecer, que os formatos concorrentes não estão parados.