Boletim Materiais de Construção nº 407

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Especialistas em sustentabilidade

O abrandamento do crescimento da construção este ano, mas, principalmente, os efeitos negativos sobre as margens e a tesouraria decorrentes da descida dos preços dos materiais de construção que tem vindo a ocorrer com maior incidência desde o último trimestre do ano passado, voltam a colocar na agenda as questões maiores da competitividade, da partilha do mercado com os grandes grupos da distribuição e, naturalmente, do futuro do comércio independente de materiais de construção.

Nos dois últimos anos antes da pandemia, a Associação promoveu um debate alargado sobre estes temas, apoiando-se num estudo realizado pelos Professores Filipe Sampaio Rodrigues e Luís Schwab, que procurou identificar as vantagens competitivas das empresas do setor, a influência dos processos de digitalização e da descarbonização e as mudanças de paradigma no comportamento dos clientes, e que fez algumas propostas no domínio da evolução do modelo de negócio.

Se estão recordados, recomendou-se nesse estudo que as empresas tirassem partido do seu posicionamento privilegiado com fabricantes, projetistas, profissionais e consumidores para atuar como integradores de soluções (produtos e serviços) e gerir os processos colaborativos. Naturalmente, a evolução neste sentido pressupõe investimentos na área do conhecimento, no marketing e nas ferramentas digitais, com especial incidência na qualificação dos colaboradores. Para além das atuais, as empresas deverão ganhar novas competências.

Num contexto em que as preocupações com a descarbonização da economia dominam as políticas europeias para as próximas décadas, modulando os regulamentos, a fiscalidade, o crédito e o acesso aos subsídios e, num ambiente social e de mercado em que as preferências dos clientes são já profundamente marcadas pelas preocupações com a eficiência energética e com a sustentabilidade, fará todo o sentido que os comerciantes não só disponibilizem essas soluções, mas também que se assumam como  os seus maiores promotores.

Os produtos e soluções sustentáveis têm maior valor para os clientes e todos os intervenientes no mercado irão procurar capitalizar essa vantagem. Isso é óbvio ao nível dos fabricantes e das marcas, mas também vai acontecer com os outros agentes do setor e com o produto final, os edifícios.

Ao nível do canal de distribuição a “guerra” para capturar parte deste valor vai ser acesa. As grandes cadeias de distribuição têm, como sabemos, uma força muito maior ao nível da comunicação e marketing, mas, por enquanto, ainda é nos distribuidores independentes que os profissionais e consumidores mais confiam no momento de pedir um conselho técnico.

Se assim continuará a ser no futuro, quando o tema for o da sustentabilidade, vai depender da aposta que os comerciantes fizerem agora.

Estamos preparados?

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