Boletim Materiais de Construção nº 396

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Previsões de Verão

Há poucos dias, apresentámos em Braga as nossas mais recentes previsões para a evolução dos setores da Construção e do Comércio de Materiais de Construção no que resta deste ano e para 2023 e 2024.

Estas previsões, elaboradas pelo Prof. Manuel Nogueira com base no modelo econométrico desenvolvido pelo próprio para a APCMC em 2018, constituem uma atualização das que tinham sido divulgadas em fevereiro último, antes da guerra na Ucrânia, e integram os dados mais recentes da inflação, das subidas esperadas das taxas de juro, o PRR e as próprias previsões das entidades internacionais.

As boas notícias são que os setores da construção e do comércio de materiais de construção continuarão a crescer. Mas se em 2022 esse crescimento será, inclusive, superior, respetivamente, 2 e 3 décimas do que prevíramos há seis meses, já em 2023 e, sobretudo, em 2024, pelo contrário, ele deverá ficar 12 e 8 décimas abaixo dessa previsão.

Confirma-se assim a ideia que tínhamos sobre a resiliência atual do setor, em grande medida impulsionada pela forte dinâmica da procura externa e pela abundância e acessibilidade de financiamento, a que se somam os programas de reabilitação energética e os fundos comunitários em dimensão nunca antes vista, para além da expansão do turismo, que foi e continuará a ser absolutamente determinante para o mercado imobiliário.

Podemos ficar descansados? Nem pensar!

Os riscos continuam a acumular-se, tornando cada vez mais plausível uma recessão ou, em versão mais suave, um período de dois ou mais anos de quase estagnação económica ao nível das economias mais desenvolvidas.

Os impactos na economia portuguesa e, em particular, na nossa área de atividade serão sempre consideráveis, sobretudo se as taxas de juro base ultrapassarem o limiar dos 3% ou 4%.

Nada indicia problemas graves a curto prazo e sabemos que os ciclos na construção são normalmente longos, mas devemos preparar-nos, num eventual cenário de agravamento, para lidar a prazo com situações de desempenho mais modesto do mercado e com maiores dificuldades nas margens, nos custos e no crédito.

Boas férias!

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