Boletim Materiais de Construção nº 390

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O desafio do aumento da produtividade

Agora que a estabilidade política está assegurada e que a pandemia parece controlada, é perfeitamente natural que o bom momento que o nosso mercado tem vindo a viver se prolongue por mais alguns anos.

Existem, obviamente, múltiplas ameaças, quer internas, quer externas. Desde o aumento esperada na conflitualidade social, até à subida das taxas de juros, passando pelo rápido crescimento da inflação, ou, no plano externo, a possibilidade de graves conflitos militares, a eventual emergência de uma crise financeira ou de uma crise energética, são todos fatores com potencial para alterar rapidamente esta situação.

Mas deixando de lado, por ora, aquilo que é mais ou menos incerto, concentremo-nos no que sabemos e que, em qualquer dos casos, sempre nos caberá a nós resolver. E é, mais do que importante, decisivo.

Nós temos um problema grave de produtividade! Sobretudo ao nível do país, mas também nas empresas.

A produtividade, genericamente, é o rácio que mede a riqueza produzida por cada trabalhador, isto é, o PIB a dividir pelo número de trabalhadores numa economia. Em Portugal a nossa produtividade está sensivelmente 30% abaixo da média da União Europeia. Isto é muito! Imaginem o que seria se hoje o nosso PIB fosse 30% superior. A nossa dívida seria sustentável, os impostos podiam ser significativamente mais baixos, as pensões estariam asseguradas, os salários seriam bem maiores e haveria capital disponível para investir sem termos que andar de “mão estendida” para conseguir fazer os investimentos nas infraestruturas.

Nas empresas, o problema é basicamente o mesmo. É claro que poderão dizer que a produtividade do país é puxada para baixo pelo mau funcionamento do setor público, o que é um facto, mas não deixa de ser verdade que o desafio continua sempre a ser o de conseguir acrescentar valor suficiente para remunerar todos os fatores. É esse valor acrescentado que se divide pelo número de trabalhadores para obter a produtividade. Obviamente que a situação não é tao simples quanto isso e é preciso considerar os fatores capital e tecnologia (produtividade total) mas, para o efeito, a conclusão é semelhante.

Ora, sucede que as empresas vão ter que lidar nos próximos meses e anos com aumentos substanciais de custos, seja de mão-de-obra, seja de energia, seja do custo do dinheiro, seja por causa de novas imposições, nomeadamente na área ambiental. Os preços finais são sempre determinados pelo mercado e, neste caso, a margem de manobra é sempre reduzida. Se não conseguirem repercutir todos os aumentos de custos nos preços de venda, o valor acrescentado pode tornar-se insuficiente… É preciso aumentá-lo e isso é, seja por via da escala, da eficiência dos processos, da organização do trabalho, da digitalização, ou de outra estratégia qualquer, melhorar a produtividade. 

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