Análise de Conjuntura do Setor da Construção – 3º trimestre 2024

Apreciação Global

O nível de atividade da construção no 3º trimestre de 2024 apresentou, na sua globalidade, um pequeno aumento face ao trimestre anterior, o que, considerando que este coincidiu com o período de verão, poderá indiciar alguma estabilização do ritmo de crescimento que desde há um ano tinha vindo a diminuir.

Na verdade, o índice de produção no sector da construção e obras públicas aumentou uns escassos 0,24% face ao trimestre anterior (0,30% no 2º trimestre). Esta subida ficou a dever-se, sobretudo, ao segmento da construção de edifícios que aumentou 0,61%, enquanto o segmento de obras de engenharia diminuiu novamente (-0,36%, que compara com -0,68% no 2º trimestre). Em termos homólogos, o índice de produção total aumentou 2,31% e foi mais influenciado pelo segmento da construção de edifícios que registou um aumento de 2,73% enquanto o segmento das obras de engenharia apresentou uma subida de 1,55% (valores que ficaram também ligeiramente abaixo dos registados no trimestre anterior).

Os dados relativos ao emprego na construção e obras públicas apresentaram um comportamento semelhante, tendo-se registado uma taxa de variação homóloga de 2,49% e de 0,39% em termos trimestrais, valores que comparam com 2,47% e 0,97% respetivamente, observados no segundo trimestre do ano. A variação média nos últimos 12 meses terminados em setembro foi de 3,0% (3,7% em junho).

Pela segunda vez consecutiva e após quatro trimestres consecutivos de crescimento homólogo das vendas de cimento no mercado interno, registou-se uma quebra de 2,6% (-0,8% no 2º trimestre), resultado que deverá estar relacionado com a má performance que o segmento das obras de engenharia tem vindo a evidenciar ao longo deste ano devido aos atrasos anteriores no lançamento dos concursos e nas adjudicações.

O sentimento de confiança no sector da construção e obras públicas também piorou um pouco, tendo o respetivo índice registado um valor de -3,7 pontos, que compara com os -3,3 pontos apurados no período anterior.

Apesar de tudo, estamos convencidos que o pior, em termos de condicionamento das expetativas, já terá passado, seja no que diz respeito ao pico dos preços dos materiais e das taxas de juro, mas há, naturalmente, efeitos que perduram no tempo que provêm, quer da quebra do ciclo de investimento na promoção de habitação ocorrida entre 2022 e 2023, quer dos “célebres” e tristes atrasos nos concursos das obras do PRR.

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